quinta-feira, 31 de maio de 2007

Ilha do Mussulo

Ao sul de Luanda, encontra-se a “ilha” do Mussulo, na realidade uma restinga envolvida por uma série de pequenas ilhas. No lado continental, de águas calmas,,e uma enorme quantidade de coqueiros. No lado oceânico, com o mar de águas limpas mas mais agitado, existem praias de areia branca e quase desertas, habitadas apenas por pescadores nativos.

Nas férias ou numa passagem por Luanda era "obrigatório" ir até à ilha do Mussulo,dar uns mergulhos e comer um bom churrasco,era o retemperar das forças para se voltar ao pó infernal das picadas nos Dembos.
Na foto Fur. Artur Ribeiro(Reg EngªLuanda) 2ºSarg Sá e Fur. Cruz (C.Caç 1678)

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Unimog


O Unimog oferecia algumas qualidades tais como:força,robustez,durabilidade e confiabilidade,veículo ideal para operaçôes em terrenos íngremes e acidentados.
Na guerra do Ultramar,normalmente servia para o transporte de uma Secção de Combate (6/8 homens)em diversas operações no terreno.
Era conhecido como "Burro do Mato"pelo facto de ser alto e estreito,com a distância dos eixos muito curta,e o seu comportamento em picadas com buracos ou terreno acidentado,dava a sensação de um burro aos pinotes.O pessoal tinha que ir sempre bem agarrado,senão iam borda fora.
Um dia o Cruz (escolta nocturna)com a secção não foram pela borda fora mas sim por uma ribanceira abaixo,porque iam todos a dormir,felizmente ninguém se feriu, e o "burro" voltou à picada pelos seus meios.

Mobilização

O processo que levava um jovem militar até Angola iniciava-se habitualmente logo após o final da instrução da especialidade, para um atirador, e tanto fazia sê-lo de infantaria, cavalaria ou artilharia, após ser dado como pronto vinha a ordem de mobilização. O caso mais vulgar e típico era o de o militar pertencer a uma companhia e esta a um batalhão. A ordem de mobilização originava a guia de marcha para a unidade mobilizadora,(neste caso Reg Inf de Abrantes) Aí se juntavam os militares vindos dos vários centros de instrução, os graduados e os comandantes. A Companhia(C.Caç 1678) e o Batalhão(Bat Caç 1910) já tinham um número de código atribuído e, aos poucos, surgiam os especialistas diversos, os condutores, transmissões, enfermeiros e cozinheiros, de modo a que se preenchesse o quadro orgânico respectivo. Enquanto se formava a unidade, realizavam-se os exercícios de instrução, IAO,( instrução de aperfeiçoamento operacional ),com os conselhos sobre o que fazer em Angola, para sobreviver, recebiam-se as vacinas, o camuflado e, por fim, a unidade estava pronta. Chegava a ordem de embarque e então o contingente formava em parada no quartel. Nos primeiros tempos, o capelão rezava uma missa campal, que depois caiu em desuso; o comandante da unidade mobilizadora, um coronel, proferia umas palavras alusivas à missão e entregava o guião ao Comandante do Batalhão mobilizado, um tenente-coronel; as tropas desfilavam ao som da música, era concedida a licença de dez dias antes de embarque e pagas as ajudas de custo. Neste momento, o militar era um mobilizado, ia a casa, despedia-se da família, fazia umas asneiras por conta, arranjava umas correspondentes para lhe escreverem, ou umas madrinhas de guerra, e voltava à unidade mobilizadora para daí iniciar verdadeiramente a viagem.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Serviram a Pátria


Capitão Milº Artª
Roberto Domingos Pacheco
Comandante da Companhia

Alferes Milicianos

António Mário Ventura Gomes
Cmdt 1º Grupo de Combate

José Augusto Faria Fonseca
Cmdt 2º Grupo de Combate

Alfredo Nunes Alves Miguel
Cmdt 3º Grupo de Combate

Manuel Pires Pereira
Cmdt 4º Grupo de Combate

2º Sargºs do Q.P.

Francisco Belo Pires
Cmdt da Formação

Alvaro Moura de Sá
Cmdt de Secção 1º Grupo

José Silverio Pereira
Cmdt de Secção Logistica

Furrieis Milicianos

José Madeiras dos Santos
Cmdt de Secção Alimentação

Armando Sergio de Carvalho Pacheco
Cmdt de Secção Auto

José Carlos Ormonde Mancebo
Cmdt de Secção Sanitária

Simplicio Tremoceiro Cardoso
Cmdt de Secção Transmissões

Furrieis Milicianos
Atiradores

José João Rosa
Cmdt de Secção 1º Grupo

Vitor Manuel Correia Cardoso
Cmdt de Secção 2º grupo

César Goncalves Curioso
Cmdt de Secção 2º Grupo

Leopoldo Rogerio Carrasco Gomes
Cmdt de Secção 2º Grupo
Faleceu em Combate

Joaquim da Rocha Martins
Cmdt de Secção 3º Grupo

Henrique da Silva Oliveira
Cmdt de Secção 3º grupo

Dario Feliciano da Silva
Cmdt de Secção 3º Grupo

Fernando José Moniz Tavares Mota
Cmdt de Secção 4º Grupo

João Jerónimo Ventura da Cruz
Cmdt de Secção 4º Grupo

Isidoro Mendes Martins
Cmdt de Secção 4º Grupo

1º Cabos
António Fernandes Nunes
Cond.Auto Rodas e Reabast.
António Marques Elias
Cozinheiro
António Rosa Henriques
Corneteiro
Manuel Fernandes Seixas
Operador Cripto

João Lopes Heitor
Escriturário
José Antonio Jesus Martins
Radiotelegrafista
Augusto Marques Braga
Radiotelegrafista
António Fernandes Araujo Alves
Radiotelegrafista
João Luis Louro Claro
Radiotelegrafista
Manuel Fernando Silva Oliveira
Aux. de Enfermeiro
Joaquim Moreira Costa
Aux.de Enfermeiro
Henrique Pereira Dias
Aux. de Enfermeiro
Manuel Beato Gonçalves Martins
Reabast e Materiais
Armindo Fernandes Azevedo
Mecanico Auto Rodas
Albano da Costa Santos
Mecanico Auto Rodas

Belmiro Rodrigues Martins
Apontad Metralhdora
José da Costa Isidro
Apontad Metralhdora

Francisco Moreira Pais
Atirador
Angelo Almeida Martinho
Atirador
Amadeu Dias Jordão
Atirador
Alberto Mendonça Gradim
Atirador
José Augusto Costa Ferreira
Atirador
César Alberto Henriques Lopes
Atirador
Justino José Rodrigues
Atirador
Serafim de Almeida Correia
Atirador
António Pereira Dias
Atirador
José Fernandes do Couto
Atirador
Esmeraldo da Silva Ferreira
Atirador
José Pina Duarte
Atirador
Adérito de Almeida Goncalves
Atirador
José Fernandes Vieira
Atirador
Manuel Lourenço Rosário
Atirador
Manuele Fernandes Glória
Atirador
Antonio dos Remédios Vicente
Atirador
Francisco Julio Monteiro
Atirador
Amadeu Almeida Cabo
Atirador
Manuel Lopes Loureiro
Atirador
Armindo de Jesus dos Santos
Atirador

Soldados
Mario Bernardo Lourenço da Silva
Atirador
Vitor Manuel Antunes Rodrigues
Atirador
António Vaz de Oliveira
Atirador
Adelino Jesus Marques
Atirador
João Garcez Fernandes
Atirador
Francisco Garcia da Silva
Atirador
José Joaquim Seixas Santos
Atirador
João Silva
Atirador
Moisés Teixeira Ribeiro
Atirador
Silvério da Silva Rocha
Atirador
João Roque Fonseca
Atirador
Manuel Augusto Dias Almeida
Atirador
Bernardo Figueiredo Tavares
Atirador
Domingos da Conceição Gualdino
Atirador
Antonio Albernaz da Silva
Atirador
Ilidio Vieira Venceslau
Atirador
António Coelho Fernandes
Atirador
Joaquim Adelino Portugal Oliveira
Atirador
Fernando de Jesus Matos
Atirador
Vasco Martins Marques
Atirador

Afonso Sousa e Silva
Atirador
Faleceu em Combate

Nelson Duarte Cardoso
Atirador
José Maria Fanado
Atirador
João de Jesus
Atirador

Manuel Luis Aguilar Rosa
Atirador
Faleceu em Combate

José Silvestre Marta
Atirador
Francisco Leonardo Costa
Atirador
Antonio Coelho
Atirador
João António Moreira
Atirador
Fernando José Nunes Pereira
Atirador
António Ferrreira Ramos
Atirador
António Pinto
Atirador
João Rodrigues Alves
Atirador
Miguel Alves
Atirador
José de Almeida Rocha
Atirador
Arlindo Gomes de Oliveira
Atirador
Luís António Madeira
Atirador
Manuel Alves Lopes
Atirador
Ernesto dos Santos Pereira
Atirador
Carlos Correia dos Santos
Atirador
António da Cunha Magalhães
Atirador
Manuel Pais Lemos
Atirador
António Figueiredo Albuquerque
Atirador
João Augusto Pinheiro Janeiro
Atirador
António de Almeida Rodrigues
Atirador
Luís Ferreira Gomes
Atirador
Martinho da Ressurreição Cunha
Atirador
Armando Ferreira dos Santos
Atirador
João Mendes de Sousa
Atirador
Fernando de Oliveira Figueiredo
Atirador
Horacio de Matos Pires
Atirador
Miguel Marques Pina
Atirador
Inácio Rocha Godinho
Atirador
Joaquim Pereira Calçada
Atirador
Moisés dos Reis Henriques
Atirador
José Ferreira da Silva
Atirador
Adelino Pereira dos Santos
Atirador
Joaquim da Cruz Marques
Atirador
António Fernandes Marques Dias
Atirador
José Saraiva
Atirador
Joaquim Antunes Damaso
Atirador
Felicio Gomes Raimundo
Atirador
Reinaldo dos Santos
Atirador
Herminio do Governo Augusto
Atirador
José Mateus Moreira
Atirador
António Matias Pereira
Atirador
Acacio Anibal Nunes
Atirador
José Henriques Malaquias
Atirador
Dionisio Lopes dos Santos
Atirador

Armandino Vitorino Gaspar
Apontad de Metralhadora
Máro Augusto Bêco Gomes
Apontad de Metralhadora
Joaquim Gonçalves Carvalhas
Apontad de Metralhadora
Belmiro Augusto Moreira Pinto
Apont de Metralhad
Manuel Almeida Capela
Apont de Metralhad
António de Jesus Almeida
Apont de Metralhad

Florival Rodrigues Martins
Trans. de Infantaria
Faleceu em Combate

José Matos Pereira
Trans. de Infantaria
Joaquim de Matos Carolino
Trans. de Infantaria

Francisco Augusto Conde
Básico
Manuel do Carmo Santos Pinto
Básico

Octávio José Ferreira Fernandes
Mec. Auto Rodas
Gregório de Matos Jeremias
Corneteiro

Amândio Pedro
Cozinheiro
Vitorino da Silva Soares
Ajud Cozinheiro
Luís Sousa Gil
Ajud Cozinheiro
Condutores
Joaquim da Silva Rocha
Cond.Auto Rodas
Joaquim de Sá Sousa
Cond.Auto Rodas
Noé Alcino Cardoso
Cond.Auto Rodas
Júlio Novais Alves
Cond.Auto Rodas
Nelson da Silva Pereira
Cond.Auto Rodas
Manuel de Lemos
Cond.Auto Rodas
Avelino Martins de Sousa
Cond.Auto Rodas
António Costa Moreira
Cond.Auto Rodas
João Moreira
Cond.Auto Rodas
Joaquim Fernandes da Costa
Cond.Auto Rodas
João de Carvalho Ferreira
Cond.Auto Rodas
Manuel Joaquim Rosa Mestre
Cond.Auto Rodas
João Neutel
Cond.Auto Rodas
Adão Fernando Bessa Borges
Cond.Auto Rodas
Constantino Alberto Tavares Guedes
Cond.Auto Rodas
Celestino Laranjeira de Sousa
Cond.Auto Rodas
Obs.Nesta lista falta o nome de 10 soldados nativos que cumpriram na integra a sua missão, e só recordo os nomes do Lourenço,Cavelho e Fernandes

Se serviste a Pátria e ela vos pagou com ingraditão,vós fizestes o que devíeis,e ela o que costuma.
Padre António Vieira

Vera Cruz

Foi neste navio Vera Cruz que a Companhia Caçadores 1678 (B.Caç 1910) embarcou no Cais de Alcantara(?) no dia 17 de Maio de 1967 pela manhã com destino a Angola, aonde chegou ao porto de Luanda no dia 27 de Maio,e depois de comboio cerca de 10 klms para o Campo Militar
do Grafanil.Aí as primeiras "desilusões e tristezas " para 10 praças, que foram retirados da Companhia e enviados para uma Unidade do recrutamento de Angola,os mesmos foram substituídos por 10 praças nativos da Provincia,assim como 4 Furrieis Milº para completar o quadro da Companhia. No dia 2 Junho/67 pela manhã saída para Balacende aonde se chegou
no mesmo dia.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

Cap. Milº Pacheco

O Cap. Milº Roberto Domingos Pacheco foi "apanhado" para a guerra(julgo que teria 27/29 anos e já era casado) na pacata e bela ilha de S.Miguel, foi para Mafra tirar o curso de capitães, galões em cima do ombros e vai comandar
a Comp Caçadores 1678, depois de cumprir a missão passou à disponibilidade porque aquela
não era a sua "vida".Hoje está aposentado da SATA (Companhia de Aviação Açores) e continua a viver numa das ilhas mais lindas deste planeta.

Granada Defensiva

Na foto pode se ver o Fur.Cruz com duas granadas defensivas que normalmente todos os elementos dos grupos de combate usavam

Um dia chegamos a Nambuangongo escoltando o MVL,e as ordens eram para regressar imediatamente a Balacende,quando estavamos para iniciar a marcha, vêm o 1º Cabo Amadeu e diz:Fur.Cruz o "porras" do Silvèrio tirou a cavilha a uma granada, e agora está "aflito" o que faz com a mesma? O Cruz vai ter com o Alf. Pereira e informa-o do mesmo,este vai dar conhecimento a quem de direito,que na picada a cerca de 2 klm de Nambo se iria "estourar"a
granada,quando iamos a subir para o Unimog (burro do mato) o Cruz escuta o Amadeu a dizer para o Silvério: meu sacana se tu largas essa porra, antes de a lançares eu dou-te um tiro,o Cruz comentou para os seus botôes, dás sim, talvez no outro Mundo,porque na viatura eles iam ao lado um do outro.E numa curva da dita picada entre Nambo/Beira Baixa o rapaz Silvèrio procedeu ao lançamento de uma granada defensiva..

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Férias

De três em três meses ao abrigo do artº(?) dava direito a cinco dias de férias,é claro que
havia pessoal que não "perdoava" e o destino era Luanda.
Em Nov/Dezº de 1967 na bela ilha do Mussulo
Fur. Artur (Reg Engª Luanda) Fur.Cruz -Sargº Sà-Fur. Dario (C.Caç 1678)

segunda-feira, 7 de maio de 2007

Torreão-(Posto de Sentinela)

A construção deste torreão correu mal o "engº" não tinha diploma, e o dito veio abaixo por erro de cálculo,felizmente não houve acidentes pessoais,e serviu para a risota geral do pessoal da Companhia.

Operação 1ª Dança-Dembos


A C.Caç 1678 participou nesta operação com 4-Grupos de Combate de 14 a 18 Jan de 1968,na Região da Fazenda Maria Fernanda (C.Caç 1680),foi um tanto ou quanto duro,chuva ,muita com frio,e foram 4 dias a ração de combate (não completa) porque o pessoal para aliviar peso deixava metade no aquartelamentoe como tal também alguma "fome"Resultados da mesma:3-Flagelações1-Emboscada conjugada com uma mina anti pessoal (cerca de 50 minutos
debaixo de fogo) a qual causou uma "baixa" (um militar não da nossa companhia) e guia civil ferido qual foi evacuado de helio ao qual fizemos a necessária protecção para a evacuação.
A referida operação foi comandada pelo Cap. Miº Roberto Pacheco

quinta-feira, 3 de maio de 2007

Quicabo-Bat.Caç 1910


Neste mural em Quicabo de homenagem aos que morreram em combate na região dos Dembos

em 1963,consta o nome do 2ºSarg Milº Daniel Novak Szabo,(Bat Caç 325) o pai era o Joseph Szabo (Hungaro)

que em 1940/41 foi treinador do Sporting Club de Portugal e campeão nacional nesse ano.

O Daniel nasceu em Portugal,era português e como tal foi mais um militar que tombou.

M V L-Balacende

Movimento de Viaturas Logística
"A Logística é o ramo dos conhecimentos militares que tem por fim proporcionar às Forças Armadas os meios humanos e materiais necessários para satisfazer as exigências de guerra."
Serviço de intendência: abastecimento de víveres, combustíveis e lubrificantes, de fardamento, calçado, equipamentos e material de aquartelamento.
Em Angola, no início da guerra não existia estrutura capaz de apoiar as unidades do Exército, que chegavam em ritmo crescente, e a sua criação assentou no estabelecimento de uma base logística em Luanda e na divisão da região militar em duas áreas logísticas, uma englobando o Norte (ZIN) e a outra o restante território. O reabastecimentos processavam-se a partir de Luanda aonde serviços estavam centralizados.
A partir dos depósito-base dos vários serviços eram enviadas para as unidades remessas periódicas dos artigos requisitados, em transportes terrestres, marítimos e aéreos, civis ou militares. Os abastecimentos eram levados para todo o território de Angola, excepto Cabinda, em viaturas militares ou civis fretadas, através dos movimentos logísticos, os MVL, como ficaram conhecidos. A Força Aérea e a Marinha participaram também no sistema de transporte.
A partir de Caxito todos os MVL eram escoltados por grupos de combate,para a região dos Dembos,tais como:Quicabo,Balacende,Beira Baixa,Nabuangongo,Maria Fernanda etc.

Album de Fotos

Esta imagem ilustra milhares de albuns,aonde muitos de nós,guardam as fotos dos tempos
da guerra no Ultramar.